quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

                                             Poesia

Noites escuras como um breu
Naquele ermo do sertão
Ventou forte, ventou bastante
Estremeceu qual um gigante
Roncou pesado o trovão
Vi pelas frestas do sapé
Bradar o relampago
Batixó raspar a cuia
E o calango da no pé
Caipora e pé redondo
Nem se fala.Levam fumo
Acabara o seu reinado
Sentindo a Ventania
Põe de lado a valentia
E somem lá do roçado
É que se sabe, é que se sabe
Gramalha vira colvara
O tição é violento
Subindo as labaredas
Não sobram nem papa-ventos
Pra já. Retire os fojos
É tempo bom, é tempo d"água!
Os buracos vão encher
Põe arapucas nos açeiros
Pois assim que semear
A codorna vem comer
Pendure lá no torno
O badoque e a cartucheira
Pois é tempo de plantar
O jerimum e a macacheira
É tanto alvorosço
Quando chove no sertão
Deserto vira diserto
E não há quem descreva
Essa tal Situação.

Um comentário:

  1. Esta poesia é um retrato fiel do meu serão. Vida ativa e feliz da qual eu participei, por isso descrever não só esta mas varias situações me causa grande prazer,
    Nilda Neves.

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