sábado, 3 de março de 2012

                                         POSE DE UM VAQUEIRO


Campeou o dia inteiro e, agora já um tanto cansado, perante a vastidão da mata-rala, o vaqueiro pára. Entediado diante do extenso descampado, cappoeira, da sua garganta o aboiado trava, pois ainda não encontrou seugado. Fixo num barrancão, medita e seu olhar perdido vagueia incessantemente na caça. Procurando, buscando pelos velhacos que das cercas escapolem. Entretanto, sob um pé de cagaita,  com esporas entre os dedos, virando a mão ao contrário, parece posar ascendendo uma corniboca.
Nilda Neves

POSE DE UM VAQUEIRO


sexta-feira, 2 de março de 2012

                                                      Poema(Uma Cantiga Boa)

Voa... Voa bruxa louca
Na imensidão da mata-rala
Com o teu intuito insano
Que incomoda e avassala.
Da tua vassoura mágica
Vassoura de piaçaba
Cai faísca e vira incêndio
Pra esta nossa bicharada
Além do eco estridente
Da tua longa gargalhada.
Cai fora bruxa louca
Esta caatinga é minha
Favor vai dando o fora,
Pois daqui sou caipora
E desta mata...Desta mata...
Eu sou rainha....
(Do livro de contos (O belo Sertão)
 da minha autoria.Nilda Neves

A Bruxa Derrotada