sábado, 3 de março de 2012

                                         POSE DE UM VAQUEIRO


Campeou o dia inteiro e, agora já um tanto cansado, perante a vastidão da mata-rala, o vaqueiro pára. Entediado diante do extenso descampado, cappoeira, da sua garganta o aboiado trava, pois ainda não encontrou seugado. Fixo num barrancão, medita e seu olhar perdido vagueia incessantemente na caça. Procurando, buscando pelos velhacos que das cercas escapolem. Entretanto, sob um pé de cagaita,  com esporas entre os dedos, virando a mão ao contrário, parece posar ascendendo uma corniboca.
Nilda Neves

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